Olá, como vocês estão? Neste último mês de julho, tive o prazer de vivenciar experiências incríveis e algumas delas envolvendo um dos meus maiores ídolos, Cazuza! Desde os meus 14 anos, sou encantanda pelas músicas dele, e sempre foi muito mágico pra mim descobrir cada uma de suas letras, que sempre me acompanharam em momentos específicos, sempre senti como se ele estivesse compondo para mim, ou sobre a minha vida. Ao longo desses 13 anos sendo fã dele, tive página no facebook, li muitas histórias, assisti ao filme biográfico, li livros, tive uma conexão muito incrível com a memória dele, uma conexão emocional e espiritual... Esse ano além do filme documental "Cazuza: Boas Novas", ainda pude ter o prazer de estar na exposição, "Cazuza: Exagerado", mas hoje estou aqui para falar do filme!
Sobre desânimo, uma reflexão psicológica e um tanto espiritual!
- 02:03
- By Isabel Gomes
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Ooi gente, como estão? Ultimamente não ando muito bem, o que não é novidade na minha vida, porém felizmente sigo na busca pelo autoconhecimento, aliás esse é um ponto que devo me orgulhar, porque pelo menos isso, tenho certeza que tenho trabalhado cada dia mais, ainda mais porque esse ano de 2025 tem sido o mais solitário da minha vida, até mais que os anos de pandemia, porque naquela época era forçada ao trabalho presencial, e ainda tinha muitas pessoas importantes presentes na meu cotidiano... Enfim, o fato é que apesar de estar sempre vivendo altos e baixos nas minhas emoções, há dias que estou bem, outros nem tanto, as vezes fico muito tempo mal, as vezes sou bem resiliente, cada vez mais, e tenho "sustentado" isso bastante para não cair em depressão. Motivos para isso não faltam, cada um tem seus fardos, cada um sabe onde o calo aperta, mas...
Olá caro leitor, deste humilde blog que de vez em quando ressurge das cinzas... Bom, faz muito tempo que não escrevo resenha de filme, então já começo pedindo desculpas por qualquer coisa. O fato é que recentemente assisti ao filme Homem com H no cinema e fiquei tão intrigada e inspirada que logo pensei: "não tem como não querer escrever sobre esse filme", e aqui estou eu...
Bom, falar de Ney Matogrosso pra mim é um pouco difícil, confesso que por alguma razão não me aprofundei muito na sua carreira, não conheço tantas músicas quanto gostaria, embora ano passado eu tenha estado em seu show, que aliás foi maravilhoso. Mas particularmente, tenho mania de me "apegar" a algumas músicas e ficar "estacionada" nelas, não sei se isso acontece só comigo, mas quando se trata de Ney, sempre escuto as mesmas músicas, as minhas preferidas de quando ele era do Secos e Molhados e "Poema" que é uma letra que foi escrita por Cazuza em homenagem a sua avó, aliás a minha intenção de ir no show do Ney foi pra vê-lo cantando essa música especificamente, porque sou muito fã de Cazuza e porque ela é emocionante, e foi lindo. Coincidentemente eu viria a perder minha vó meses depois, e essa música novamente ecoaria nos meus ouvidos por muito tempo, hoje derrubando ainda mais lágrimas... Mas chega de falar da minha relação com a obra de Ney Matogrosso, e vamos falar da minha percepção com o filme.
Acho que foi por volta do ano passado que fiquei sabendo da produção dele, e embora eu seja extremamente fã da atuação de Jesuíta Barbosa, confesso que não esperava muito nesse filme, acho que me deixei levar pela questão da aparência pois não o acho parecido com Ney Matogrosso, porém isso foi um tanto preconceituoso de minha parte, já que um filme biográfico exige muito mais que isso. E em questão de atuação Jesuíta não faltou em nada. Ele conseguiu interpretar como ninguém e em poucos minutos o assistindo, foi fácil me desprender do ator e mergulhar na vida da personagem. O filme conta a vida do Ney, desde sua infância, mostrando detalhes importantes da sua vida e caminhada artística. A relação conturbarda com o pai ganha bastante evidência, visto que esse por sua vez era um militar e em plena ditadura, lidava com um filho que "negava os bons costumes". Homem com H, é um filme acolhedor, eu diria, desses que você mergulha na história e nem vê as horas passando, sutilmente vai acompanhando a trajetória daquele personagem. E que personagem, sai da sala de cinema totalmente preenchida com o que tinha acabado de assistir, e ainda mais inspirada, visto que pra mim, como artista, é uma honra ter pessoas como Ney Matogrosso como inspiração artística, além de Jesuíta como ator e Esmir Filho como grande inspiração em roteiro. Durante o filme, vamos acompanhado a descoberta de Ney como artista, ele que queria ir pro teatro, mas a vida logo mostrou o caminho da música, se tornando assim vocalista do Secos e Molhados, logo depois veio a carreira solo, suas descobertas como performista quebrando tabus de gênero e sexualidade, suas histórias de amor e amizade também são retratadas no filme. Sua história com Cazuza, era algo que estava muito curiosa pra assistir, e foi retratada com muita veracidade, o ator escolhido pra ser o Cazuza tinha uma voz tão parecida com a dele, que me contagiou muito...
Além de tudo isso, o filme traz a bonita relação de Ney Matogrosso com a sua mãe e com a natureza, ele que veio pra confundir a mente do público naquela época com suas performances um tanto selvagens e que se colocava como um "bicho", nos ensina muito sobre a relação do ser humano com o meio ambiente... Hoje, vejo que esse filme veio pra nos mostrar quem é Ney Matogrosso e qual sua missão no mundo, principlamente pra nós que não fazemos parte da mesma geração que ele, é incrível saber que alguém tão autêntico sobreviveu a um período tão obscuro no nosso país, que foi a ditadura, e que numa época onde as pessoas nem falavam sobre questões de gênero, ele já era pioneiro... Depois desse filme, senti orgulho de ter um artista assim no mesmo país que o meu, e ainda mais vontade de me aprofundar na sua obra, finalmente acho que vou "sair do estacionamento" das mesmas músicas que "cavucar" sua discografia. A última coisa que tenho a dizer é: só assista a esse filme! Que além de contar uma linda história, tem um roteiro impecável, fotografia linda, figurinos idênticos aos verdadeiros usados por Ney, atores perfeitos em suas atuações (um destaque para Bruno Montaleone que foi uma supresa pra mim que nunca o tinha visto em um personagem com uma carga dramática tão forte), e extremamente inspirador, principalmente se você também é artista...
E aí já assistiu Homem com H?! Me conta nos comentários, o que você achou!!
Começo esse texto com o título tirado da música "Por onde andei" do Nando Reis, embora ache que aqui nesse mundo de blogueiras, ninguém deve estar sentindo a minha falta, muito menos me procurando. A verdade é que em 2025 as pessoas já não acessam blogs como antes, não leem, não querem perder tempo com textos longos. Sinto saudade, saudade de quando era mais novinha, passava horas escrevendo e editando esse blog, e sabia que embora houvessem poucos leitores, alguém leria e deixaria um comentário e que eu ficaria muito feliz com isso. Naquela época era tudo mais saudável, embora eu sonhasse com a ascensão na internet, isso não era uma obrigação, eu era só uma adolescente e não precisava me preocupar tanto com "como ganhar dinheiro", eu era livre e não sabia. Era livre pra ser escritora, pra ser artista, eu era livre pra ser criança. O fato é que depois de muitos anos e ser forçada a ser adulta, forçada sim, até porque ser adulta nunca foi um sonho, nem mesmo uma vontade da minha pessoinha, pelo contrário, achava que essa fase ia demorar uma eternidade pra chegar e tinha a ilusão da infância eterna. Mas sabe de uma coisa?! Hoje sinto nostalgia da minha infância mas não voltaria ao passado, gosto de ser uma "jovem adulta", mas é muito dificil lidar com a pressão capitalista. Bom mesmo seria misturar a liberdade de antes com a vida de agora... Nem tudo que queremos é possível, e eu aprendi beem sobre isso depois que cheguei a essa fase adulta há 9 anos atrás, se contar desde os 18 anos, pra mim parece que foi ontem, não sinto tanto maturidade, mas é certo que evolui sim, que melhorei em muitos aspectos. Aos 20 não tinha a visão de mundo que tenho agora aos 27, era muito mais ingênua e não saberia me virar muito bem se tivesse que fazer algumas coisas sozinha. Ao longo do tempo ganhei experiências, em todas as áreas da vida, e foi por ai que andei desde a última publicação aqui em 2021, nossa nem parece que faz tanto tempo assim... Mas a vida passou, e muito, desde então, pandemia, trabalho e mais trabalho. De la pra cá, cresci, mudei de opinião várias vezes, desanimei bastante com o blog e isso se deve ao fato de começar a enxerga-lo como uma fonte de renda, fonte essa que nunca consegui ser bem sucedida, o fato é que nunca tive disciplina suficiente para manter o blog atualizado, estar sempre postando sobre os assuntos que as pessoas queriam ler, me formei em Publicidade mas nunca tive a paciência que deveria para correr atrás de interações, engajamentos, estatísticas, monetizações... De 2021 a 2024, encontrei outras formas de arte, comecei a fazer letterings, colagens, me arrisquei até na aquarela, mas assim como não tinha disciplina para a escrita, me perdi no caminho, desanimei diversas vezes, procrastinei e não consegui evoluir em nenhuma dessas modalidades. Com o tempo e com muita terapia também, entendi que tudo isso faz parte de mim, da minha ansiedade, que hoje está muito controlada diante de tantas coisas boas e ruins que vivenciei, é claro que a procrastinação acontece por conta do perfeccionismo que por sua vez só existe por conta dessa ansiedade que não nos permite ficar em paz. E até o dia de hoje, tudo que faço, faço com preocupação, pensando no dia de amanhã, se vou realizar meus sonhos, se terei dinheiro para isso, e mais uma vez a questão financeira aparece para me perturbar, agora mais do que nunca, visto que me encontro no desemprego. Se bem que as vezes não ter um emprego é uma dádiva! Outras nem tanto, não sou mal agradecida, nem ingrata, mas em exatos 5 anos de carteira assinada, sei que viver de CLT não é a melhor coisa do mundo, como muitos querem que você acredite que seja... Bom, continuando, em 2022 voltei a fazer teatro, algo que queria há muito tempo, esse sim me exigiu muita disciplina, consegui me desenvolver e isso me faz pensar que lá é o meu lugar, embora sim o perfeccionismo, ansiedade e procrastinação tentaram me atrapalhar também, mas eu fui mais forte que isso, foram 3 anos me redescobrindo, e me abrindo como pessoa, me tornando alguém muito melhor. Uma vez sonhei que estava na coxia (corredor em torno do palco, não vísivel ao público), atrás das cortinas, me preparando pra entrar em cena e uma voz ao fundo dizia "o teatro é o lugar dela", acordei muito feliz. Encontrei o meu lugar, mas a voz do capitalismo me atrapalha, perdi o emprego, perdi pessoas queridas, me perdi de mim mesma novamente, achei que não daria conta... Mas dei, e apresentei mais duas peças antes de 2024 acabar. Hoje, 22 de março de 2025, sigo tentando me reencontrar, me redescobrir, sinto vontade de fazer tantas coisas, mas me sinto presa a esses sentimentos de ansiedade, essas armadilhas que me lembram todos os dias que não sou mais aquela criança que podia passar horas aprendendo coisas que aos olhos da sociedade são "totalmente inúteis" pois não geram renda. Sigo todos os dias pensando em "como ganhar dinheiro" pois esse é o karma dos adultos... Mas por um instante me lembrei desse blog, comecei a escrever pois começou o outono, e outono me deixa inspirada, me dá uma vontade imensa de escrever, eu percebi ao longo dos anos isso, pois se reparar os arquivos do blog, muitos dos posts foram feitos em meados de março, abril ou maio, então sim, começou a melhor época do ano. Espero poder aproveitar ao menos um pouquinho desses sentimentos, sem tanta procrastinação, embora esteja escrevendo esse texto há 3 dias (comecei, parei por um dia, termino hoje, eu espero...)! Ah o outono é isso, como na imagem que escolhi, é tomar um café da tarde em casa, num dia nublado, comendo pão de queijo ou bolinho de chuva, é aconchego, é inspiração, são os fins de tarde com céu amarelado. E espero poder caminhar muitas vezes pelas ruas de uma cidade bonita, nos fins de tarde com céus amarelados...